sábado, 25 de fevereiro de 2012

Folha de papel...

Vou fazer de conta que você é uma folha de papel

Imaginar que você é o vento que balança meus cabelos
O sol que aquece minha pele
O ar, vital que me mantêm viva
Sonhar que é sua a boca que beijo
A voz que guia meu caminho
O olhar que me arrepia
O braço que me apóia

Vou escrever o que sinto, imaginando que você me ouve
Sem medo, receio ou ansiedade
Dizer que te quero ao meu lado
Que me sinto bem em sua presença, e não quero que se vá

Dizer que te amo
Suave como perfume de rosa
Possessiva como uma leoa com seus filhotes
Calada como o silêncio do deserto
Distante como a lua
Orgulhosa como o mar em uma tempestade

Dizer que te amo
Como só eu sei; só eu sinto.
Um pouco por vez
Egoísta como alguém que não diz...
Apenas escreve o que sente, em uma folha branca de papel

Catarina Omundo - 01/2012

Segundos de sonho...



Nos poucos segundos que sonho...

Me perco no tempo,você ao meu lado
Novamente dias ensolarados
Sendo, novamente Ser
Querendo,sem temer

Com você ao meu lado...
Sou forte, mulher, criança amada
Vivendo na luz tênue do tempo
Breves segundos de sonho...

Catarina Omundo - 25/02/2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lembranças...





São lembranças, eu sei...
Chegam devagar, sem alarde...
E antes que perceba, já dominam meus pensamentos.

Lembro dos seus gostos, gestos, de teu rosto...
Do seu lindo sorriso, do olhar penetrante...
Da incansável atenção presente em tua voz...

Dos mimos para me alegrar...
Das horas de procura para me agradar...
Da paciência para me acalmar...

Lembro tanto que me recolho em um canto...
Tento preservar essas lembranças mais um tanto...
Engano-me para sentir mais tempo teu encanto...

Catarina Omundo - 19.01.2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

Água...


Na beira do rio vou sentar
Ver a água passar...
Deixar o tempo correr..
Até adormecer...

Catarina Omundo - 24.12.2006

Não é preciso...






Não precisa falar, mas fique ao meu lado
Não pergunte se estou bem, me abrace
Não fale do tempo, mas se quiser falar, me olhe
Não conte apenas sobre o trabalho, me leve também ao jardim
Não fale te amo, basta não me deixar
Não me de presentes que não digam nada
Dê-me um desenho de coração, uma lua de papelão
Uma nuvem de algodão, um anel de latão
Não precisa falar, não precisa nada...
Apenas fique ao meu lado, só isso...

Catarina Omundo - 03.2011

Castigo


Como uma criança
Desamparada
Desesperada
Sentindo-se abandonada por todos
Abandonando a todos
Vai chorar em sua cama
Sozinha, como se estivesse de castigo

Catarina Omundo - 03.2011

Fugir...



Fugi de mim...
Fugi de você também...
Não sei onde fui, aonde vou, se vou parar, se vou voltar

Fugi de mim...
Dos sonhos que não são bonitos
E até as flores se foram...

Fugi de tudo...
Não tenho mais o sol pra me guiar
Agora, sinto frio.

Mas do que fugi afinal?
Não lembro mais...
Esqueci...

Catarina Omundo - 03.2011

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Flor e o mundo novo...


Uma flor caída ao chão, sozinha...
Longe do seu mundo colorido e perfumado...

Uma flor esperando um milagre...
Algo que a fizesse retornar a sua antiga vida...
Ao seu galho, tão perto e inacessível...

Uma flor caída ao chão...
Que muitos olhares admiravam...

Uma flor em total desespero...
Nem percebeu quando uma mão...
Pertinho chegou, e a pegou...

Nesse momento a flor chorou...
E suas lágrimas de orvalho o seu bálsamo disseminaram...

Imaginou que a seu mundo iria voltar...
Mas ao perceber que se afastava...
E outro caminho percorria, desesperou-se...

Mas foi segura com tanto carinho, que aos poucos se acalmou...
O pranto cessou o perfume ficou...

E em seu novo mundo flores novas conheceu...
E com o contato da água fresca em seu caule, sorriu...
Sua alegria eclodiu e ao mundo todo seu encanto mostrou...

Um novo perfume ganhou...
E com ele á todos presenteou...

Catarina Omundo - 09.01.2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

Catarina...


Não sei bem o que viu em mim...
Mas pode ser que já não exista mais...
Tenho medo...
Medo de que não goste da verdadeira Catarina...
Ainda tão imperfeita, procurando melhorar...
Cheia de defeitos, sentimentos confusos...
De alma furta-cor, pois não conseguiu definir a cor preferida...
Não sei o que sentiu, o que te moveu até mim...
Mas eu, senti-me feliz, e ao mesmo tempo assustada...
Hoje já não sou a mesma de ontem, e nem a mesma de amanhã...
Sou tão Catarina, tanto quanto outras...
Anas, Marias, Jaquelines, Catherines...
Sou o que me fazem, o que respondo e o que aprendo...
Dia a dia, segundo a segundo...
O que te levou á mim...
Não sei afirmar se ainda existe...

Catarina Omundo - 06-01-2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

Sonhei com você...



Uma última olhada e nada...
Nem uma gota de água surgiu além do rio...
E como se ainda não fosse fluida...
Afoguei-me em tanta lucidez...

Demorei a aceitar que já estava no rio, sozinha, há muito tempo...
Não via os peixes ao meu redor nem as pedras em que ia batendo por não aceitar a verdade...
Percorri longos caminhos sem nada ver...
E você nada fez para tentar deter ás águas que me levavam...
Mas hoje, despertei do transe, foi preciso um sonho...

Um sonho tão real que me atordoou e me acordou...

Como a água escorre entre os dedos, escorri pra fora do seu mundo...
Flui entre teus dedos até secar, lentamente...
Sem perceber como ou quando me deixaste esvair-me completamente...
Como me fez tão rapidamente evaporar totalmente da sua vida...
Dos seus pensamentos do seu coração...

E hoje, somente hoje dei-me conta que não posso fazer o caminho inverso...
E voltar a fluir na tua vida, como vinha tentando insistentemente...
Não posso mais esperar você ir me buscar na nascente do rio novamente...
Percebi que não vou mais nascer, nem brotar entre tuas mãos...
Você deliberadamente abriu as mãos para que nosso amor, como se fosse água...
Escorre-se rumo ao rio, e nunca mais pudesse voltar...

E parte o rio, sem parar...
Onde agora não posso mais ser recolhida em nenhuma nascente...
E mesmo que tentes, não poderei ser encontrada novamente...
Agora, faço parte da imensidão azul do mar, e não mais de você...

Catarina Omundo - 06.01.2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Foi!

Hoje depois de tanto tempo não deixaria que nada me impedisse de ser feliz
Não seriam os medos, receios ou vergonha que me deteriam
Deixaria aflorar o que me passava na alma, o que brotava no coração
Consentiria que o brilho do olhar transparece-se em todo meu Ser, sem medo de ofuscar a solidão
Hoje seria assim, mas o que mais dói é que não há como voltar nem um dia apenas...
Correr atrás do sonho esquecido, do beijo não dado, do abraço perdido
Sobrou a experiência adquirida que será usada em algum tempo, galáxia ou na eternidade adormecida
Dói saber que não dá para dizer o que deveria ter dito (ou não)...
É melhor pensar que tudo foi mesmo como deveria ter sido...
Que foi como foi, por um bom motivo, seu, meu, nosso...
Até mais, de todos os que estão ao nosso redor

Catarina Omundo - 15-12-2011